as ideias florescem

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Feliz Natal!


Boas leituras nas Férias!




Bill Gates defende que os seus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os jovens serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.



Encontro com o escritor João Pedro Mésseder


A Biblioteca da Escola Secundária da Cidadela recebeu o escritor João Pedro Mésseder, no dia 10 de dezembro, a meio da manhã, para uma longa e interessante conversa sobre o processo de escrita e outras questões biográficas e bibliográficas, com três turmas de 5.º ano. 

Aqui ficam algumas informações sobre o autor: Pseudónimo literário de José António Gomes, nasceu em 1957, no Porto, e aí completou os seus estudos universitários. Publicou livros de poesia como A Cidade Incurável (1999), Ordem Alfabética(2000), Fissura (2000, Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho), Espuma (2001) e À Noite as Estrelas Descem do Céu (2002). É ainda autor de livros ilustrados para crianças: Versos com Reversos (1999, nomeado pela Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil para a «Lista de Honra do IBBY» de 2000), De que Cor é o Desejo? (2000), A Couve, as Calças e o Burro (2004) e Não Posso Comer Sem Limão (2004).


terça-feira, 13 de novembro de 2012


Em exibição na tua Biblioteca Escolar (novembro de 2012)

Os homens são do tamanho dos valores que defendem. Aristides de Sousa Mendes foi, talvez por isso, um dos poucos heróis nacionais do século XX e o maior símbolo português saído da II Guerra Mundial. Em 1940, quando era cônsul em Bordéus, protagonizou a "desobediência justa". Não acatou a proibição de Salazar de se passarem vistos a refugiados: transgrediu e passou 30 mil, sobretudo a judeus. Foi demitido compulsivamente. A sua vida estilhaçou-se por completo. "É o herói vulgar. Não estava preso a causas. Estava preso a uma questão fundamental: a sua consciência", afirma o jornalista Ferreira Fernandes. Aristides de Sousa Mendes foi o "Schindler português" muito antes de o alemão começar a sua actividade humanitária em prol dos judeus. Atendendo à verdade histórica, Oskar Schindler é que foi o Aristides alemão. 

De uma coisa ninguém tem dúvidas: Aristides de Sousa Mendes é um dos maiores símbolos nacionais da II Guerra Mundial. Foi o homem como metáfora do humanismo. Em 1940, Aristides era cônsul de Portugal em Bordéus e, indo contra uma directiva expressa de Salazar para não se concederem vistos a refugiados que quisessem atravessar a França para chegar a Portugal, desobedeceu e passou 30 mil vistos. "Na vida de cada pessoa há uma ou outra oportunidade para se revelar, para mostrar aquilo em que acredita e levar isso até às últimas consequências", diz D. Manuel Clemente, bispo auxiliar de Lisboa. "Ele revelou um sentido de rasgo, um sentido de risco." 
No século XX português não há outra figura que tenha mudado tanto - objectiva e materialmente - a vida de milhares pessoas. "Ele representa a desobediência justa", refere António Costa Pinto, historiador e professor do Instituto de Ciências Sociais. "É o exemplo de solidariedade. A sua figura é muito associada ao humanismo do século XX."  No momento crucial da vida na Europa e no mundo, Aristides de Sousa Mendes foi capaz de distinguir o essencial do acessório. "Percebeu que não poderia ficar indiferente à sorte de milhares de pessoas que foram aparecendo no Consulado de Portugal em Bordéus", diz José de Sousa Mendes, sobrinho de Aristides. 

Nascido numa abastada família de antigos fidalgos de província, de Cabanas de Viriato, perto de Viseu, Aristides e o irmão gémeo cursam Direito em Coimbra e seguem a carreira diplomática. Perseguido pelo regime sidonista e a I República em geral, após o golpe de 28 de Maio de 1926 é colocado em Vigo, num posto prestigiante e de confiança. A seguir é transferido para Antuérpia, outro posto de confiança, onde ficará nove anos. Com 50 anos é o decano do corpo diplomático. 
Em 1938, após Salazar recusar o seu pedido para permanecer na Bélgica, é colocado em Bordéus. Em 1939, com o rebentar da II Guerra Mundial e, em 1940, devido à invasão da França pelas tropas alemãs, milhares de refugiados fogem para sul. Os jardins do Consulado e as ruas vizinhas servem de local de acampamento a milhares de pessoas, das mais variadas nacionalidades, sobretudo judeus, que fogem da perseguição nazi, mas também gente que foge somente da guerra. 

Com a proibição de Salazar - que além de presidente do Conselho de Ministros era ministro dos Negócios Estrangeiros - de se passarem vistos a refugiados, sobretudo a "israelitas", Aristides de Sousa Mendes segue a sua formação humanista e católica e desobedece. Passa (com dois dos seus filhos mais velhos) milhares e milhares de vistos àqueles fugitivos, entre os dias 17 e 19 de Junho de 1940. Terão sido passados cerca de 30 mil, nesses escassos dias. "Concede vistos sem olhar a nacionalidades, etnias ou religiões. Graças a ele, Portugal ficou na história como um país que apoiou os refugiados durante a II Guerra Mundial", lembra a historiadora Irene Pimentel. "Aristides marca de forma indelével a história de Portugal porque permitiu reconciliar-nos com a nossa dignidade. Mais do que qualquer outra pessoa da sua época, dignificou o que era ser-se humano e ser-se português", diz Fernando Nobre, presidente da Fundação AMI. 
O mais atraente na história de Aristides de Sousa Mendes é ele ser uma espécie de herói vulgar, que está preso "apenas" à sua consciência. Quando se deu a ocupação do Consulado, fechou-se num quarto para reflectir o que deveria fazer. Numa alucinante inquietação, ficou apenas ele e o seu dilema: respeitaria as ordens superiores - o que, aliás, havia feito toda a vida - ou responderia à sua consciência? "Aristides de Sousa Mendes era um homem vulgar, um funcionário ordeiro, com mais de 50 anos e 12 filhos, que nunca se tinha oposto ao regime ditatorial existente em Portugal", conta o jornalista Ferreira Fernandes. "Mas naquela hora respondeu à sua consciência. E isso foi extraordinário." Continuando a desobedecer às ordens superiores, provou que não tinha vocação de capacho. Pela inacção dos colegas de Bayonne e de Hendaye, desloca-se a estas cidades nos dias seguintes e ele próprio emite mais alguns milhares de vistos. "Segue a sua consciência humanista universal", refere Medeiros Ferreira, historiador e professor universitário. "Opta nitidamente pela desobediência civil. Opta por salvar aquelas milhares de pessoas que estavam nas escadarias do Consulado à espera de um visto salvador." 

As perspectivas dos seus actos não se limitavam a ser sombrias. Excediam em perigo mais do que a imaginação humana pudesse conceber. "Fez tudo o que estava ao seu alcance, mesmo que isso lhe custasse a carreira, a vida e o bem-estar da sua família", conta José de Sousa Mendes. No dia 24 de Junho recebe um telegrama de Salazar ordenando-lhe o regresso imediato a Lisboa. "Enfrentou a ira de Salazar, que não podia permitir que um diplomata desobedecesse às suas ordens", relata Irene Pimentel. Após 32 anos de serviço, Aristides de Sousa Mendes (com uma família de 12 filhos) é demitido compulsivamente sem direito a qualquer reforma ou indemnização. Além disto, é interditado de exercer advocacia e os filhos de frequentarem a universidade. O irmão também é demitido do serviço diplomático. A sua vida estilhaça-se por completo: desmorona-se em prol de um ideal. "Mas quem atinge assim o pico, atinge a glória", afirma D. Manuel Clemente. 
Há uma grande presença de Deus na sua vida. O cônsul coloca o seu catolicismo acima de tudo. "Viveu a vida como responsabilidade, a vida como encargo, a vida como compaixão. Actuou de maneira exemplar na história portuguesa e da Humanidade", resume D. Manuel Clemente. Foi um homem conservador, que se adaptara ao regime do Estado Novo, e que levou o seu cristianismo até às últimas consequências. Alberga no seu palácio de Cabanas de Viriato muitas famílias de refugiados, hipotecando para o efeito todo o recheio. Já na miséria, é auxiliado pela Comunidade Israelita de Lisboa a partir de 1941, sendo muitos dos seus filhos chamados por aqueles que haviam sido salvos, sobretudo a partir dos Estados Unidos e do Canadá. "Aquilo que mais admiro foi a capacidade de ter aguentado a vida nos quase 14 anos que se seguiram àquele acontecimento", sublinha José de Sousa Mendes. "O seu mundo desabou totalmente." 
Em 1945, terminada a Guerra, tendo feito uma exposição para tentativa de reapreciação do seu processo, não recebe resposta. A situação de miséria agrava-se. Em 3 de Abril de 1954 morre, no Hospital da Ordem Terceira, em Lisboa, desonrado e sozinho (os filhos já tinham todos emigrado para a América), acompanhado apenas por uma sobrinha. 
Ainda hoje a figura de Aristides de Sousa Mendes é controversa. "A nível da diplomacia, há quem diga que o dever de obediência deveria estar acima da sua atitude humanitária", conta Irene Pimentel. "Eu acho que não. É precisamente nestas alturas que se vê a postura dos seres humanos." Pormenor importante: por incrível que pareça, Aristides de Sousa Mendes só foi reabilitado nos anos 80 do século XX - e muito por pressão exterior. Foi primeiro elogiado nos Estados Unidos e em Israel. É considerado o justo entre os justos. "Em 1987, reencontrei um dos filhos dele que emigrou para o Canadá, numa homenagem a Aristides, na Alameda dos Justos, em Jerusalém, onde há uma árvore dedicada a cada um dos justos que ajudou os judeus durante a guerra. Fomos convidados para regar essa árvore", conta, emocionado, José de Sousa Mendes. "Aristides não tem um monumento em Portugal. Mais do que um monumento, deveria haver simplesmente uma lei que dissesse: 'A nuvem - aquela coisa efémera -, a nuvem mais bonita em Portugal, todos os dias, deveria chamar-se Aristides de Sousa Mendes'", remata Ferreira Fernandes.

Fonte: http://tv0.rtp.pt/gdesport/?article=822&visual=3&topic=1

Algumas imagens do evento, agradecendo ao palestrante e ao atento público que o escutou e com ele interagiu.


No dia 7 de novembro, pelas 10 horas e 30 minutos, Daniel Oliveira, da Amnistia Internacional, veio à Escola Secundária da Cidadela dar uma palestra sobre Direitos Humanos e conversar com os alunos do ensino secundário sobre o importante papel da sua organização em defesa dos direitos fundamentais do Homem, em todo o mundo. Foi uma sessão muito interessante para a promoção da consciência cívica nos alunos que dela puderam usufruir. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012


A Biblioteca Escolar comemora o Halloween com o visionamento de um filme elaborado pela professora bibliotecária, de caráter lúdico e pedagógico, relacionado com a temática do mesmo. Contém informação, imagens,  música, dança, muito vocabulário, clips divertidos, entre outros.
O filme O Susto de Shrek, no âmbito do tema do Halloween, será mostrado. Têm sido umas sessões muito divertidas!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012



A Biblioteca Escolar deseja a todos os alunos, professores e funcionários um excelente ano letivo!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Boas leituras!


Terminam hoje as atividades letivas e as férias espreitam. Alguns de vós ainda têm de estudar para os exames, mas, depois dessa árdua tarefa, virão longos dias dedicados a momentos de prazer. Um deles é a leitura que te pode acompanhar para todo o lado e te leva para mundos distantes e fantásticos. A leitura é a porta para a descoberta de novos conhecimentos. Desde a infância,o homem desenvolve a mente através da leitura, lendo histórias infantis, livros e revistas. Com a continuação do hábito de ler, transformamo-nos numa verdadeira fonte de informação que devemos colocar em prática ao longo da vida, seja no nosso dia a dia ou na vida profissional. 
Ler é essencial. Através da leitura, testamos os nossos próprios valores e experiências com as dos outros. No final de cada livro ficamos enriquecidos com as novas ideias. Eventualmente, ficaremos a conhecer melhor o mundo e um pouco melhor de nós próprios. 
Ler também é estimulante. Tal como as pessoas, os livros podem ser intrigantes, melancólicos, assustadores, e por vezes, complicados. Os livros partilham sentimentos e pensamentos, feitios e interesses. Levam-nos para outros tempos, outros lugares, outras culturas; em situações e dilemas que nós nunca poderíamos imaginar que encontrássemos. Os livros ajudam-nos a sonhar e fazem-nos pensar
Alguns livros são simplesmente melhores que outros. Alguns autores veem com mais profundidade o interior de personagens estranhas e descrevem o que elas veem e sentem de uma forma mais real e efetiva. As suas obras podem exigir mais dos leitores: consciência das coisas implicadas em vez de meramente descritas, sensibilidade às nuances da linguagem, paciência com situações ambíguas e personagens complicadas, vontade de pensar mais profundamente sobre determinados assuntos. Mas esse esforço vale a pena, pois estes autores podem proporcionar aventuras que ficam na nossa memória para toda a vida.
Relativamente aos escritores em si, é difícil muitas vezes começar a ler livros de um novo escritor, o que nos leva a desistir ao fim de poucas páginas. É essencial ser perseverante. A maioria da boa escrita é complexa. E é precisamente essa diversidade e complexidade que faz da literatura uma atividade recompensatória e estimulante.
Todo o leitor tem a sua abordagem individual mas o melhor método, sem dúvida, de extrair o máximo de um livro é lê-lo várias vezes.
Enriquece as tuas férias. Lê um bom livro!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Pedido de devolução de livros requisitados


Caros leitores e utilizadores da Biblioteca da ESCidadela,


Estamos a chegar ao final do ano letivo, depois de muito trabalho, muito estudo e muitas leituras. Chegou a hora de devolveres os livros que requisitaste de modo a que estes possam deliciar novos leitores. Não te esqueças de o fazer até dia 8 de junho, por favor. A Teca Cidadela agradece-te! 



quarta-feira, 30 de maio de 2012

Workshop de escrita criativa - argumento televisivo


Catarina Dias e Ana Vasques, da SP Televisão, vieram hoje, 30 de maio, à nossa biblioteca, conversar com alunos de três turmas de ensino básico e ensino secundário, sobre a escrita para televisão, revelando aos alunos como se desenvolve todo o processo de criação e argumento para as telenovelas e séries televisivas tão ao gosto do público português. Obrigada às duas em nome de todos quantos assistiram à vossa palestra com tanta atenção e entusiasmo!

Teresa Lopes Vieira na BE da Cidadela

Teresa Lopes Vieira voltou à nossa Biblioteca Escolar, no dia 22 de maio, desta vez para cativar a atenção de mais duas turmas do ensino secundário que se renderam à sua simpatia a relatar o seu percurso de vida (apesar de ser ainda uma autora muito jovem!)e a falar sobre o seu gosto pela escrita e pela leitura.

 O livro em destaque voltou a ser Gato Persa Social Club, como tal deixamos aqui a sua sinopse:

 A vida de Francisco, um jovem emigrante português desesperado por dinheiro, é violentamente abalada quando este se envolve num casamento por conveniência, no submundo da imigração ilegal em Amesterdão. Mariam, uma egípcia pouco convencional que abandona o mundo islâmico em nome do sonho europeu, desaparece misteriosamente, deixando o caos instalado com a sua partida. É então que Francisco e a namorada, Eva, partem numa procura frenética entre Amesterdão e Cairo, em busca da única pessoa que poderá devolver-lhes a vida que tinham. Esta é a história de três personagens que vagueiam entre a demanda espiritual e a necessidade material, a busca de identidade cultural e a perda das origens, numa existência sem fronteiras em que tudo vale para atingir os próprios objetivos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Formação INE


O Instituto Nacional de Estatística esteve presente na Biblioteca Escolar, hoje, dia 16 de maio, durante a tarde, numa sessão de formação para docentes das Escolas Secundárias de Cascais e da Cidadela. Tal como veiculado na página da referida instituição, "a informação é um produto fundamental na vida dos cidadãos, na atividade das empresas, no funcionamento dos Estados". Assim, a "informação estatística, em especial, é hoje uma forma de conhecimento necessária à assunção de uma cidadania plena, imprescindível na tomada das decisões que fazem surgir e progredir as empresas, essencial ao enquadramento das políticas com que se governam as nações". Enquanto retrato da sociedade, importa conhecer a informação estatística.

Parabéns! Prémio para alunos da Escola Sec. da Cidadela.

Escola Secundária da Cidadela ficou em 2.º lugar Alunos do secundário distinguidos na Assembleia da República Jovens propõem três alterações à lei da Procriação Medicamente Assistida Estudantes das Escolas Secundárias de Oeiras, Cascais e Baixa da Banheira receberam hoje, na Assembleia da República, os prémios do concurso «Procriação Medicamente Assistida em Debate». O desafio lançado a jovens do 12.º ano pelo Conselho Nacional para a Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) e pela Ciência Viva, teve como objectivos promover o conhecimento sobre a Procriação Medicamente Assistida (PMA) dos pontos de vista científico, tecnológico, ético, social e legal; e estimular o debate sobre a PMA. “O nosso objectivo foi combater o preconceito porque na PMA há muitos preconceitos que impedem que se proporcione aos casais que não conseguem ter filhos a possibilidade de os terem”, sublinhou Eurico Reis, presidente do CNPMA. Segundo o responsável, “será melhor o nosso futuro” se os jovens “estiverem armados com espírito científico, análise crítica e não se deixarem levar pelo preconceito”. Entre Outubro de 2011 e Março de 2012, os jovens exploraram o tema da PMA realizando pesquisas, debates, jogos, entrevistas, com o apoio de especialistas do CNPMA e do jornalista José Vítor Malheiros. Das catorze escolas que participaram no concurso, que contou também com a coordenação científica do investigador Alexandre Quintanilha, saíram três vencedoras. Em primeiro lugar, com um prémio de 500 euros, ficaram os alunos da Escola Secundária Sebastião e Silva, Oeiras, com o projecto ‘The Art of Life’ que resultou na produção de dois jogos de mesa, uma Peça-Debate e um Quiz interactivo. Os alunos da Escola Secundária da Cidadela, Cascais, receberam o 2º Prémio no valor de 300 euros. Para responder ao desafio do projecto os jovens realizaram trabalhos no formato ‘PlayDecide’ por considerarem que poderiam ser posteriormente acedidos por outros elementos da comunidade escolar, outros alunos e até familiares e amigos dos autores. O ‘PlayDecide’ é um jogo de discussão com o objectivo de conversar de forma simples mas eficaz sobre assuntos controversos que os alunos puderam partilhar na plataforma europeia. Fonte: Ciência Hoje

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O fascínio do Egito


Howard Carter


Howard Carter nasceu a 9 de março de 1874 em Kensington, Londres. Não teve uma educação formal e através de seu pai, Samuel Carter, um artista, foi-se entranhando na arte e aprendendo o seu futuro ofício como desenhista e pintor. Com muito talento e nenhuma ambição em se dedicar aos negócios da família, a pintura de retratos de famílias da região, Howard seguiu o seu destino ao ver uma oportunidade de ir ao Egito e trabalhar para a Egyptian Exploration Fund, responsável em fazer cópias dos desenhos e inscrições e documentos para os estudiosos. Em outubro de 1891, com a idade de 17 anos, Carter foi a Alexandria. O primeiro projeto que Carter participou foi em Bani Hassan. Diz-se que esse trabalho o deixou tão entusiasmado que chegava a ponto de trabalhar o dia inteiro e depois dormia com os morcegos numa tumba. 

Em 1899, com 25 anos, Carter recebeu o convite para o seu primeiro  trabalho como Inspetor chefe Geral de Monumentos do alto Egito. O convite foi feito pelo então diretor de antiguidades egípcias, Gaston Maspero. A responsabilidade de Carter incluía supervisionar e controlar a arqueologia ao longo da região mais importante do Egito, incluindo Tebas. A grande mudança na vida de Carter foi causada por um incidente entre os guardas egípcios e turistas franceses bêbados. Os arruaceiros tornaram-se agressivos e começaram a danificar artefactos preciosos. Carter tomou partido dos guardas e os franceses, sentindo-se ultrajados, já que os europeus eram sempre vistos como soberanos em qualquer situação que envolvesse o pobre povo egípcio, exigiram no dia seguinte dos altos escalões, incluindo o próprio cônsul egípcio, Lord Cromer, que chamassem Carter e o obrigassem a se desculpar pelo seu comportamento.  Com a veemente recusa de Carter, Petrie teve, a contragosto, que dispensá-lo, para que o incidente não tomasse a dimensão de um incidente diplomático. De 1905 a 1907, Carter sobreviveu como guia de excursões, vendeu as suas aguarelas aos turistas e negociou com antiguidades. Em 1908, Carter, com indicação do seu amigo fiel, Maspero, conseguiu trabalho. O arqueólogo tornou-se supervisor das escavações patrocinadas por um milionário apaixonado pelo Egito, George Herbert, o 5.º Lord Carnarvon. Lord Carnarvon era um desportista e colecionador de objetos de arte. Frequentador de todos os campos de corrida e um exímio atirador. Era senhor de enorme fortuna e dono do terceiro carro licenciado na Inglaterra. Chegou ao Egito um ano antes, em 1906, para se recuperar de um acidente automobilístico que o deixou com problemas respiratórios: foi sugerido pelos médicos que buscasse uma região de clima seco e o Egito era muito frequentado pelos ingleses nessa época. Um amigo emprestou a Lord Carnarvon uma concessão para escavar a área. Carnarvon precisava de um especialista e foi apresentado a Carter, que logo mostrou suas ideias a Lord Carnarvon.
  
O arqueólogo tinha muitas aspirações 

Uma delas era encontrar a tumba de um rei do qual só se sabia por causa de umas poucas peças encontradas com seu nome gravado: o então desconhecido Tutankamon! Carter começou a pesquisar a possibilidade de que a tumba do Faraó Tutankamon estivesse escondida no Vale dos Reis. O vale dos Reis nessa época era uma verdadeira muralha de pedras e havia um pico rochoso em forma de pirâmide chamado "Cabo Horn". Ao pé da parede de rocha, detritos, pedras e terra se desprendiam e escorregavam para o vale. Nas encostas, cavidades e tumbas escavadas, cujos entulhos aglomeravam-se no solo sagrado revirado.
Nenhum indício de onde começar a cavar, mas já experiente, Carter tinha um plano...  Só em 1914, tiveram início as escavações, mas, por causa da Primeira Guerra Mundial, o trabalho de escavação foi interrompido e só retomado em 1917. As escavações continuaram sem êxito até 1922, quando, no dia 4 de novembro, foi encontrado um degrau esculpido em rocha viva ao pé da tumba de Ramsés VI. O momento mais esperado veio no dia 17 de fevereiro de 1923, quando se abriu a porta da câmara mortuária e surgiu um imenso sacrário dourado que tinha uma porta com dois batentes na outra extremidade. No total, havia quatro esquifes, um dentro do outro, todos cobertos com ouro em folha e o último contendo um esquife de quartzo. Dentro dele estavam três sarcófagos antropomórficos, representando Tutankamon, um dentro do outro, mostrando o bonito rosto do faraó; o mais interior era de ouro puro. Neste último estava o corpo.

Bibliografia: Deuses Túmulos e Sábios, C.W. Ceram


quarta-feira, 2 de maio de 2012


                 No Amor Começa-se Sempre a Zero
Fazer um registo de propriedade é chato e difícil mas fazer uma declaração de amor ainda é pior. Ninguém sabe como. Não há minuta. Não há sequer um despachante ao qual o premente assunto se possa entregar. As declarações de amor têm de ser feitas pelo próprio. A experiência não serve de nada — por muitas declarações que já se tenham feito, cada uma é completamente diferente das anteriores. No amor, aliás, a experiência só demonstra uma coisa: que não tem nada que estar a demonstrar coisíssima nenhuma. É verdade — começa-se sempre do zero. Cada vez que uma pessoa se apaixona, regressa à suprema inocência, inépcia e barbárie da puberdade. Sobem-nos as bainhas das calças nas pernas e quando damos por nós estamos de calções. A experiência não serve de nada na luta contra o fogo do amor. Imaginem-se duas pessoas apanhadas no meio de um incêndio, sem poderem fugir, e veja-se o sentido que faria uma delas virar-se para a outra e dizer: «Ouve lá, tu que tens experiência de queimaduras do primeiro grau...» 

Pode ter-se sessenta anos. Mas no dia em que o peito sacode com as aurículas a brincar aos carrinhos-de-choque com os ventrículos, Deus Nosso Senhor carrega no grande botão «CLEAR» que mandou pôr na consola consoladora dos nossos corações. Esquece-se tudo. Que garfo usar com o peixe. Que flores comprar. Que palavras dizer. Que gravata com que raio de casaco hei-de usar? Sabe-se nada. Nicles. 
Olha-se para as mãos e parece uma cena de transformação dum filme de lobisomens — de onde outrora havia aqueles dedos tão ágeis e pianistas, brotam dez abortos de polegares. E o vinho entorna-se só de pensar nisso. E as solas dos sapatos passam a atrair magneticamente todos os excrementos caninos da cidade. E a voz que era toda FM Estéreo da Comercial quando vai para dizer «Gosto muito de ti» fica repentinamente Abelha Maia. 
Tenha-se 17 ou 71 anos, regressa-se automaticamente aos 13 — à terrível idade do Clearasil e das sensações como que de absorção. Quem se apaixona dá mesmo saltos no ar e diz «Uau!» quando o Pai deixa usar a pasta de dentes dele. Qual «ternura dos quarenta», qual bota da tropa cheia de minhocas! O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'


Teresa Lopes Vieira é uma jovem escritora que nos veio presentear hoje, 2 de maio, na Biblioteca Escolar, com a apresentação do seu mais recente romance - Gato Persa Social Club. Com uma escrita fresca e atual, Teresa Lopes Vieira leva-nos, nesta segunda obra, a cenários de grande mudança, numa alucinante aventura entre Amesterdão e o Cairo.

A vida de Francisco, um jovem emigrante português desesperado por dinheiro, é violentamente abalada quando este se envolve num casamento por conveniência, no submundo da imigração ilegal em Amesterdão.

Mariam, uma egípcia pouco convencional que abandona o mundo islâmico em nome do sonho europeu, desaparece misteriosamente, deixando o caos instalado com a sua partida. É então que Francisco e a namorada, Eva, se lançam numa procura frenética entre Amesterdão e Cairo, em busca da única pessoa que lhes poderá devolver a vida que tinham.

Esta é a história de três personagens que vagueiam entre a demanda espiritual e a necessidade material, a busca de identidade cultural e a perda das origens, numa existência sem fronteiras em que tudo vale para atingir os próprios objetivos.

«Deambulando pelo Cairo, é fácil perdermo-nos pelas ruelas empoeiradas, ao mesmo tempo que esquecemos quem somos. Penetra-se num turbilhão de informação, de coordenadas e regras aleatórias, que regem uma sociedade mergulhada no caos. Pó, essa camada cinzenta e castanha vinda de nenhures, cobria os carros, as ruas, os passeios e espalhava-se magicamente no ar como se fizesse parte dele mesmo.»



Teresa Lopes Vieira nasceu em Lisboa em 1984. É formada em Direito, mas cedo descobriu na escrita e nas viagens as suas verdadeiras paixões. Para tal, já exerceu as atividades mais diversas, desde servir à mesa em Lyon a rececionista num hotel em Amesterdão. Foi precisamente essa experiência em Amesterdão e o contacto com as comunidades imigrantes na Holanda que inspiraram este romance, escrito depois de uma longa viagem pelo Egito.
Publicou em 2010 Os Diários da Mulher Peter Pan, romance passado na América do Sul (Equador, Colômbia e Venezuela).

Disponibilizamos o blogue da autora:   http://teresalopesvieira.blogspot.com/


Da mesma autora na Bertrand:

Os Diários da Mulher Peter Pan

Sobre Os Diários da Mulher Peter Pan…


«Uma viagem alucinante ao mundo da imaginação e da América do Sul, conduzida por Diana, uma mulher em plena crise da meia-idade.» Destak
«Esta é a primeira obra da jovem autora, que propõe uma viagem alucinante pela América do Sul, descobrindo a beleza, mas também a violência de um continente exótico.» Mundo Universitário
«Auspiciosa a estreia literária de Teresa Lopes Vieira.» Cosmopolitan