as ideias florescem

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Livro na tua biblioteca escolar


O rapaz do pijama as riscas
BOYNE, John
Alfragide: Edições Asa,2007

Ao regressar da escola um dia, Bruno constata que as suas coisas estão a ser empacotadas. O seu pai tinha sido promovido no trabalho e toda a família tem de deixar a luxuosa casa onde vivia e mudar-se para outra cidade, onde Bruno não encontra ninguém com quem brincar nem nada para fazer. Pior do que isso, a nova casa é delimitada por uma vedação de arame que se estende a perder de vista e que o isola das pessoas que ele consegue ver, através da janela, do outro lado da vedação, as quais, curiosamente, usam todas um pijama às riscas. Como Bruno adora fazer explorações, certo dia, desobedecendo às ordens expressas do pai, resolve investigar até onde vai a vedação. É então que encontra um rapazinho mais ou menos da sua idade, vestido com o pijama às riscas que ele já tinha observado, e que em breve se torna o seu melhor amigo…

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sugestão de leitura

O Senhor Valéry é um homem que leva a lógica até aos limites, na tentativa de explicar o mundo. As suas explicações são sempre acompanhadas de desenhos. Tem um animal doméstico nada usual e uma casa de férias muito estranha. Chega a explicações absurdas, apenas porque nunca prescinde da sua lógica. Há quem tenha dito que lembra Tati ou o Principezinho.
«O Senhor Valéry era pequenino, mas dava muitos saltos. Ele explicava: Sou igual às pessoas altas só que por menos tempo.»

Prémio Branquinho da Fonseca Gulbenkian/Expresso

Gonçalo M. Tavares - um jovem escritor de sucesso


Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970, em Luanda. Passou a sua infância em Aveiro.
Publicou a sua primeira obra em Dezembro de 2001. Editou romances, contos, ensaio, poesia e teatro.
Em Portugal, recebeu o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP 2004 com o romance Jerusalém, o Prémio Branquinho da Fonseca, da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso, com o livro O Senhor Valéry, o Prémio Revelação de Poesia, da Associação Portuguesa de Escritores, com Investigações. Novalis e o Grande Prémio do Conto "Camilo Castelo Branco", da Associação Portuguesa de Escritores, com Água, Cão, Cavalo, Cabeça.
Jerusalém foi o romance mais escolhido pelos críticos do Público para “Livro da Década”.
Os seus livros deram origem, em Portugal e no estrangeiro, a peças de teatro, objectos de artes plásticas, vídeos de arte, ópera, projectos de arquitectura, etc., bem como a teses académicas (Portugal, Brasil e Itália).
Todas as suas obras estão a ser traduzidas. Está a ser editado em vinte e cinco países.
Prémios no estrangeiro: Prémio Portugal Telecom 2007 (Brasil), Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália), Prémio Belgrado Poesia 2009 (Sérvia) e nomeação para o Prix Cévennes 2009 – Prémio para o melhor romance europeu (França).

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O cometa Halley e a República


O cometa Halley no ano da implantação da República (fotografado em 3 de Maio de 1910)
in Illustração Portugueza n.º221, de 16 de Maio de 1910

Ao longo da última semana, várias turmas, do 7.º ano, assistiram à apresentação de um powerpoint elaborado pelo Núcleo de Investigação de Astronomia da Cidadela (N.I.A.C.), em articulação com a Biblioteca Escolar e as comemorações do Centenário da República Portuguesa. Tem sido uma actividade muito apreciada pelos alunos, assim como pelos docentes que os acompanham.
Em 1910, muitas foram as notícias especulativas sobre o suposto efeito letal do gás da cauda do Cometa Halley causando uma onda de pânico, que culminou com a morte de várias pessoas que, não querendo morrer "(es)gaseadas", preferiam suicidar-se. A mística do Halley é escrita com muitas lendas, superstições, avanços científicos e tragédias. É uma espécie de popstar dos objectos cometários - bolas de gelo e poeiras formadas aquando do sistema solar.
Observado há muitos séculos e de grandes dimensões, o Halley insere-se na categoria dos cometas periódicos. As suas passagens foram, ao longo da História, conotadas como um presságio dos céus para cataclismos naturais e sociais na Terra. Em 1910, uma série de notícias a respeito do cianogénio, gás letal presente na cauda do cometa, criou um clima de pânico à escala global.
Curiosamente, o que está na origem de todo o alarido são descobertas científicas fidedignas. Pela primeira vez, os astrónomos identificaram os elementos químicos de um cometa, incluindo os componentes venenosos, e a informação saltou para a Imprensa. Houve tentativas de explicar que, mesmo ao aproximar-se mais da Terra - na noite de 18 para 19 de Maio -, o cometa não envenenaria ninguém, mas o estrago estava feito. O que aconteceu a partir daí foi uma bola de neve de superstições, especulação e exploração comercial e religiosa.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Aniversário de Thomas Edison



Thomas Edison (Milan, Ohio, 11 de Fevereiro de 1847 — West Orange, Nova Jérsei, 18 de Outubro de 1931) foi um inventor e empresário dos Estados Unidos que desenvolveu muitos dispositivos importantes de grande interesse industrial. Ao longo da sua vida, Thomas Edison registou mais de 1000 patentes, sendo amplamente considerado o maior inventor de todos os tempos.
Não mudou apenas o mundo em que vivia, pois as suas invenções ajudaram a criar um muito diferente: este em que vivemos hoje. O fonógrafo foi só uma de suas invenções. Outra foi o cinematógrafo, a primeira câmara cinematográfica bem sucedida, com o equipamento para mostrar os filmes que fazia.
Edison também transformou o telefone, inventado por Alexander Graham Bell, num aparelho que funcionava muito melhor. Fez o mesmo com a máquina de escrever. Trabalhou em projectos variados, como alimentos empacotados a vácuo, um aparelho de raios X e um sistema de construções mais baratas feitas de cimento. Acima de tudo, foi ele quem ajudou a trazer a civilização da Era do Vapor para a Era da Electricidade.
Entre as suas contribuições mais universais para o desenvolvimento tecnológico e científico encontra-se a lâmpada eléctrica incandescente, o gramofone, o cinescópio, o ditafone e o microfone de grânulos de carvão para o telefone. Edison é um dos precursores da revolução tecnológica do século XX. Teve também um papel determinante na indústria do cinema.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Semana da Internet Segura



As novas tecnologias de informação e comunicação são hoje um lugar-comum na sociedade e também nas escolas. Só fazem sentido se os utilizadores as souberem usar em seu benefício, de forma segura, crítica e esclarecida.

No dia 8 de Fevereiro de 2011, e ao longo de toda a semana, comemora-se a Internet Segura. Para que este dia seja assinalado na comunidade escolar, convidamos todos os alunos a vistarem a Biblioteca e a participarem nas actividades disponibilizadas, relacionadas com a temática da Segurança na Internet.

Vamos envolver a escola! Esta é a oportunidade perfeita para introduzir, ou reforçar, o tema da Segurança na Internet entre os alunos, professores, funcionários escolares, encarregados de educação e pais, bem como consolidar os conceitos que, eventualmente, terão sido, ou virão a ser, abordados na sala de aula.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Aniversário de Júlio Verne





Júlio Verne escreveu obras de aventura e ficção científica que influenciaram gerações como "Cinco Semanas num Balão" (1863), "Viagem ao Centro da Terra" (1864), "Da Terra à Lua" (1865), "Vinte Mil Léguas Submarinas" (1869) e "A Volta ao Mundo em 80 Dias" (1872).

Foi um dos primeiros escritores a praticar uma literatura na linha da moderna ficção científica. Verne previu, entre outras inúmeras invenções, a televisão; o helicóptero; o cinema falado; a iluminação a néon; o ar condicionado; os arranha-céus; os mísseis teleguiados; os tanques de guerra; os veículos anfíbios; o avião; a caça submarina; o aproveitamento da luz e da água do mar para gerar energia; o uso de gases como armas químicas.

Jules Gabriel Verne Allotte começou a sua carreira literária após o seu pai, Pierre Verne, se ter desiludido com a sua trajetória de advogado. Tentou ingressar no teatro e escrever poemas e peças, e também tentou a sorte com a música, sem êxito. Em 1848 compôs, com Michel Carré, dois libretos para operetas, e, em 1850, uma comédia em verso, em parceria com Alexandre Dumas Filho. Só descobriu o seu verdadeiro género literário ao escrever algumas narrativas de viagens.

O seu primeiro grande sucesso, "Cinco Semanas num Balão", foi recusado por quinze editoras, que não viam no livro mais que uma tentativa frustrada de predizer o futuro. Até que, apresentado por Alexandre Dumas Filho, Verne conheceu Pierre Jules Hetzel, o editor mais influente de Paris, que lhe propôs escrever dois livros por ano. O sucesso foi gigantesco. Júlio Verne foi um dos mais imaginativos e populares escritores de todos os tempos.

Foi influenciado por Jonathan Swift, com o seu livro Viagens de Gulliver, por Daniel Defoe e o seu Robinson Crusoe, e ainda por Edgar Allan Poe e sua obra macabra. Júlio Verne sabia captar o que agradava aos leitores de todas as idades, conseguindo mantê-los atentos e curiosos. A sua actualidade ainda se mantém, assim como a sua popularidade. Os seus livros figuram entre as obras mais conhecidas e apreciadas do mundo. Verne nunca viajou muito, fez apenas algumas curtas viagens no seu iate Saint-Michel, uma viagem de navio aos Estados Unidos e rápidas visitas à Inglaterra, à Escócia e a outras localidades. Contudo percorreu o mundo nos seus livros, da África ao do Pólo Norte, do centro da terra ao espaço sideral.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Era uma vez...




Na sociedade moderna em que vivemos, repleta de variadíssimos meios de comunicação, qual o lugar da literatura de expressão oral na infância? Qual a importância destes contos no desenvolvimento da criança e na vida do jovem?
A procura de algum significado para a vida trata-se de um processo pessoal e subjectivo que se inicia bastante cedo. Independentemente das inúmeras opções que cada indivíduo possa tomar, existem temas que a todos pertencem.
Os contos tradicionais são exemplo de uma herança cultural colectiva, focalizada nas vivências humanas. Mediante uma linguagem própria, recorrendo ao «maravilhoso», grandes emoções são experimentadas nestas histórias, onde estão simbolizados conflitos humanos universais. Nomeadamente conflitos comuns no pensamento da criança, como as rivalidades, a rejeição, a luta pela independência.
É comum num conto de fadas ser exposto um dilema de forma concisa e directa, o que permite à criança enfrentar o problema na sua forma mais essencial. Um enredo mais complexo poderia ser-lhe confuso. O conto atribui aos medos da criança, muitas vezes confusos e mal delimitados, uma representação precisa. Dá-lhes um nome e sugere uma maneira de lidar com eles.
O bem e o mal estão presentes, mas ao serem representados simbolicamente (em personagens do maravilhoso) e afastados temporalmente (“Era uma vez…”; “Há muito, muito tempo…”), permitem que a criança encontre significados que lhe serão úteis, sem se traçar uma linha directa com as suas vivências reais.
A literatura de expressão oral incita à criação de um palco imaginário, onde é possível integrar significados, encorajando ainda o acto criativo. Uma das personalidades que mais amplamente se debruçou sobre esta área foi o psicanalista vienense Bruno Bettelheim, autor do livro Psicanálise dos Contos de Fadas. Segundo este, a cada conto corresponde um sector da evolução interior do indivíduo, utilizando alguns exemplos populares: em João e Maria, a luta relutante pela independência dos pais (o medo da separação); em Capuchinho Vermelho, a exposição prematura a experiências para as quais ainda não se está preparado (primeiros desvios às orientações dos pais); em Branca de Neve, o conflito/rivalidade entre filho e figura parental (simbolizado no conto pela madrasta), em A Bela e o Monstro, a temática antiga do amor existente entre progenitor e filho, do qual nascerá mais tarde um amor diferente, que o fará unir-se à pessoa amada.
O bom herói é largamente escolhido como figura de identificação, por se afigurar extremamente agradável à criança, em todas as suas lutas. O modo como o protagonista, frequentemente o mais pequeno, ou o mais novo, se desenvencilha dos obstáculos deparados, confere um sentimento de esperança na criança de que também ela, vencerá as suas piores ameaças. De acordo com o referido autor, quanto mais simples e directa é uma personagem, mais rapidamente a criança se identifica a ela e rejeita a má.
O “final feliz” que alguns adultos consideram irreal e falso, parece ser uma óptima contribuição que estes contos fornecem às crianças, encorajando-as a lutar por valores amadurecidos e a construir um sentimento positivo em relação à vida.
Cada vez há evidências maiores no sentido dos sistemas de crenças terem um efeito profundo sobre o funcionamento psicológico, trazendo esperança e significado, os quais poderão ser determinantes na superação das dificuldades com que nos possamos deparar.
“E viveram felizes para sempre…”

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Importância da Leitura


Ler é essencial. Através da leitura, testamos os nossos próprios valores e experiências com as dos outros. No final de cada livro ficamos enriquecidos com novas experiências, novas ideias, novas pessoas. Eventualmente, ficaremos a conhecer melhor o mundo e um pouco melhor de nós próprios.
Ler é estimulante. Tal como as pessoas, os livros podem ser intrigantes, melancólicos, assustadores, e por vezes, complicados. Os livros partilham sentimentos e pensamentos, feitios e interesses. Os livros colocam-nos em outros tempos, outros lugares, outras culturas. Os livros colocam-nos em situações e dilemas que nós nunca poderíamos imaginar que encontrássemos. Os livros ajudam-nos a sonhar, fazem-nos pensar.
Nada desenvolve mais a capacidade verbal que a leitura de livros. Na escola aprendemos gramática e vocabulário. Contudo, essa aprendizagem nada é comparada com o que se pode absorver de forma natural e sem custo através da leitura regular de livros.
Alguns livros são simplesmente melhores que outros. Alguns autores vêem com mais profundidade o interior de personagens estranhas, e descrevem o que eles vêem e sentem de uma forma mais real e efectiva. As suas obras podem exigir mais dos leitores: consciência das coisas implicadas em vez de meramente descritas, sensibilidade às nuances da linguagem, paciência com situações ambíguas e personagens complicadas, vontade de pensar mais profundamente sobre determinados assuntos. Mas esse esforço vale a pena, pois estes autores podem proporcionar-nos aventuras que ficam na nossa memória para toda a vida.
Relativamente aos escritores em si, é difícil muitas vezes começar a ler livros de um novo escritor, o que nos leva a desistir ao fim de poucas páginas.É essencial perseverar. A maioria da boa escrita é multi-facetada e complexa. É precisamente essa diversidade e complexidade que faz da literatura uma actividade recompensatória e estimulante.
Muitas vezes um livro tem que ser lido mais de uma vez e com abordagens diferentes. Estas abordagens podem incluir: uma primeira leitura superficial e relaxada para ficar com as principais ideias e narrativa; uma leitura mais lenta e detalhada, focando as nuances do texto, concentrando-nos no que nos parece ser as passagens chave; e ler o texto de forma aleatória, andando para trás e para a frente através do texto para examinar características particulares tais como temas, narrativa, e caracterização dos personagens.
Todo o leitor tem a sua abordagem individual mas o melhor método, sem dúvida, de extrair o máximo de um livro é lê-lo várias vezes.