as ideias florescem

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O fascínio do Egito


Howard Carter


Howard Carter nasceu a 9 de março de 1874 em Kensington, Londres. Não teve uma educação formal e através de seu pai, Samuel Carter, um artista, foi-se entranhando na arte e aprendendo o seu futuro ofício como desenhista e pintor. Com muito talento e nenhuma ambição em se dedicar aos negócios da família, a pintura de retratos de famílias da região, Howard seguiu o seu destino ao ver uma oportunidade de ir ao Egito e trabalhar para a Egyptian Exploration Fund, responsável em fazer cópias dos desenhos e inscrições e documentos para os estudiosos. Em outubro de 1891, com a idade de 17 anos, Carter foi a Alexandria. O primeiro projeto que Carter participou foi em Bani Hassan. Diz-se que esse trabalho o deixou tão entusiasmado que chegava a ponto de trabalhar o dia inteiro e depois dormia com os morcegos numa tumba. 

Em 1899, com 25 anos, Carter recebeu o convite para o seu primeiro  trabalho como Inspetor chefe Geral de Monumentos do alto Egito. O convite foi feito pelo então diretor de antiguidades egípcias, Gaston Maspero. A responsabilidade de Carter incluía supervisionar e controlar a arqueologia ao longo da região mais importante do Egito, incluindo Tebas. A grande mudança na vida de Carter foi causada por um incidente entre os guardas egípcios e turistas franceses bêbados. Os arruaceiros tornaram-se agressivos e começaram a danificar artefactos preciosos. Carter tomou partido dos guardas e os franceses, sentindo-se ultrajados, já que os europeus eram sempre vistos como soberanos em qualquer situação que envolvesse o pobre povo egípcio, exigiram no dia seguinte dos altos escalões, incluindo o próprio cônsul egípcio, Lord Cromer, que chamassem Carter e o obrigassem a se desculpar pelo seu comportamento.  Com a veemente recusa de Carter, Petrie teve, a contragosto, que dispensá-lo, para que o incidente não tomasse a dimensão de um incidente diplomático. De 1905 a 1907, Carter sobreviveu como guia de excursões, vendeu as suas aguarelas aos turistas e negociou com antiguidades. Em 1908, Carter, com indicação do seu amigo fiel, Maspero, conseguiu trabalho. O arqueólogo tornou-se supervisor das escavações patrocinadas por um milionário apaixonado pelo Egito, George Herbert, o 5.º Lord Carnarvon. Lord Carnarvon era um desportista e colecionador de objetos de arte. Frequentador de todos os campos de corrida e um exímio atirador. Era senhor de enorme fortuna e dono do terceiro carro licenciado na Inglaterra. Chegou ao Egito um ano antes, em 1906, para se recuperar de um acidente automobilístico que o deixou com problemas respiratórios: foi sugerido pelos médicos que buscasse uma região de clima seco e o Egito era muito frequentado pelos ingleses nessa época. Um amigo emprestou a Lord Carnarvon uma concessão para escavar a área. Carnarvon precisava de um especialista e foi apresentado a Carter, que logo mostrou suas ideias a Lord Carnarvon.
  
O arqueólogo tinha muitas aspirações 

Uma delas era encontrar a tumba de um rei do qual só se sabia por causa de umas poucas peças encontradas com seu nome gravado: o então desconhecido Tutankamon! Carter começou a pesquisar a possibilidade de que a tumba do Faraó Tutankamon estivesse escondida no Vale dos Reis. O vale dos Reis nessa época era uma verdadeira muralha de pedras e havia um pico rochoso em forma de pirâmide chamado "Cabo Horn". Ao pé da parede de rocha, detritos, pedras e terra se desprendiam e escorregavam para o vale. Nas encostas, cavidades e tumbas escavadas, cujos entulhos aglomeravam-se no solo sagrado revirado.
Nenhum indício de onde começar a cavar, mas já experiente, Carter tinha um plano...  Só em 1914, tiveram início as escavações, mas, por causa da Primeira Guerra Mundial, o trabalho de escavação foi interrompido e só retomado em 1917. As escavações continuaram sem êxito até 1922, quando, no dia 4 de novembro, foi encontrado um degrau esculpido em rocha viva ao pé da tumba de Ramsés VI. O momento mais esperado veio no dia 17 de fevereiro de 1923, quando se abriu a porta da câmara mortuária e surgiu um imenso sacrário dourado que tinha uma porta com dois batentes na outra extremidade. No total, havia quatro esquifes, um dentro do outro, todos cobertos com ouro em folha e o último contendo um esquife de quartzo. Dentro dele estavam três sarcófagos antropomórficos, representando Tutankamon, um dentro do outro, mostrando o bonito rosto do faraó; o mais interior era de ouro puro. Neste último estava o corpo.

Bibliografia: Deuses Túmulos e Sábios, C.W. Ceram


Sem comentários:

Enviar um comentário